Barão de Mauá, título recebido após construir a primeira
estrada de ferro da América do Sul, e depois, Visconde de Mauá, Irineu
Evangelista de Sousa é o principal representante dos primórdios do capitalismo
na América do Sul. Nasceu em Arroio Grande no estado do Rio Grande do Sul em 28
de dezembro de 1813.
Dentre as suas maiores realizações encontra-se a implantação
da primeira fundição de ferro e estaleiro no país, a construção da primeira
ferrovia brasileira (vídeo), a primeira estrada pavimentada no país, o início da
exploração do rio Amazonas e afluentes, bem como o Guaíba e afluentes, no Rio
Grande do Sul, a instalação da iluminação pública a gás na cidade do Rio de
Janeiro, a criação do terceiro Banco do Brasil e a instalação do cabo submarino
telegráfico entre a América do Sul e a Europa.
Foi um dos grandes opositores da escravatura e do tráfico de
escravos, entendendo que somente a partir de um comércio livre e trabalhadores
libertos e com rendimentos poderia o Brasil alcançar situação de prosperidade.
Sua família era proprietária de pequena estância de criação
de gado no Rio Grande do Sul, Barão de Mauá foi precursor do liberalismo
econômico no Brasil valorizando a mão-de-obra e investindo em tecnologia. No
auge da sua carreira controlava dezessete empresas localizadas em seis países
(Brasil, Uruguai, Argentina, Inglaterra, França e Estados Unidos).
Trabalhou em uma pequena loja em troca de abrigo e comida em
1824, e no ano seguinte conseguiu seu segundo emprego, na casa comercial do
português Antônio Pereira de Almeida, e com o passar dos anos chegou ao posto
de caixeiro em 1828. Por indicação do ex-patrão, Mauá foi admitido como
caixeiro da Companhia Inglesa Carruthers em 1829, especializada em importação e
exportação.
Exercendo suas funções aprendeu inglês, contabilidade e técnicas
comerciais, chegando ao posto de gerente. Em 1836, aos 23 anos de idade, se
estabeleceu como sócio da companhia, batizada de Carruthers & Cia. Com
capital acumulado ao longo de seus anos de trabalho, Mauá adquiriu uma chácara
no Morro de Santa Teresa, onde tratava seus empregados como auxiliares e não
negava abrigo aos escravos foragidos.
Fábrica de gás do aterro |
Em 1846 tornando-se o maior empreendedor industrial do país
empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a
vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, além de artilharia, postes para
iluminação e canos de ferro para águas e gás.
Seu estaleiro faliu em 1860 quando uma lei isentou de
direitos a entrada de navios construídos fora do país.
Com a extinção do tráfico negreiro, a partir da Lei Eusébio de Queirós (1850), os capitais passaram a ser investidos na industrialização.
Aproveitando essa oportunidade, Mauá passou a atuar também como banqueiro.
Em toda a sua carreira preocupou-se com a correta gestão de
recursos, marcada por uma administração descentralizada, onde a
responsabilidade de cada indivíduo na cadeia de comando era valorizada. A sua
política salarial expressava, em si própria, um investimento nos talentos de
seus empregados, tendo sido pioneiro, no país, na distribuição de lucros da
empresa aos funcionários; incentivava os seus colaboradores mais próximos a
montar empresas e a fazer negócios por conta própria.
Suas ideias políticas de caráter liberal e defensor do
abolicionismo forneceram os recursos financeiros necessários à defesa de
Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões platinas, contrário
à Guerra do Paraguai, foi deputado pela Província do Rio Grande do Sul em
diversas legislaturas de 1856 a 1873, quando renunciou ao mandato para melhor
cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária que se iniciara em
1864.
Casa de Barão de Mauá em Petrópolis-RJ |
Teve influência política no Uruguai desde 1850 e apoiou o
gabinete de seu amigo Visconde do Rio Branco, combinação que o tornou alvo das
intrigas dos conservadores. As suas instalações passaram a ser alvo de
sabotagens criminosas e os seus negócios foram abalados pela legislação que
reduziu as taxas sobre as importações.
Doente, minado pelo diabetes, após liquidar as suas dívidas,
encerrou um capítulo da sua vida empresarial. Com o pouco que lhe restou e o
auxílio de familiares, dedicou-se à corretagem de café até a morte.
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Fontes:
academia.org.br
brasilescola.uol.com.br
brmaua.com.br
globoplay.globo.com
google.com
historiaviva.com.br/
infoescola.com/historia/barao-de-maua/
planalto.gov.br
todamateria.com.br/
youtube.com/channel/UCQRPDZMSwXFEDS67uc7kIdg