Paulo Freire - Inimigo do Brasil

Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife, Pernambuco.

Aprendeu a ler e a escrever com os pais, à sombra das árvores do quintal da casa em que nasceu; entrou no ginásio com 16 anos, e aos 20 conseguiu uma vaga na Faculdade de Direito do Recife.

Sua atuação foi muito significativa para o Movimento de Cultura Popular (MCP) do Recife. Foi um dos fundadores do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife e seu primeiro diretor.

Elaborou um novo método de alfabetização, que expôs em 1958. E suas primeiras experiências do "Método Paulo Freire"começaram na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1962, onde 300 trabalhadores foram alfabetizados em 45 dias. Esta experiência foi financiada pela Aliança para o Progresso, do governo dos Estados Unidos, que acreditava que a alfabetização era um caminho para combater o avanço do comunismo no Brasil.

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”  

No ano seguinte, foi convidado pelo presidente João Goulart para repensar a alfabetização de adultos em âmbito nacional. Com o golpe militar de 1964 seu trabalho foi interrompido. Paulo Freire foi preso, acusado de comunista. Foram 70 dias encarcerado e 16 anos de exílio. Neste período atuou cinco anos como consultor da Unesco no Instituto de Capacitação e Investigação em Reforma Agrária no Chile ; mudou-se para Genebra, na Suíça em 1970, para trabalhar como consultor do Conselho Mundial de Igrejas, onde desenvolveu programas de alfabetização para a Tanzânia e Guiné-Bissau, e ajudou em campanhas no Peru e Nicaraguá; em 1980.

Com a anistia, retornou ao país para ser professor da PUC/SP e da Unicamp. Trabalhou como secretário da Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão Luiza Erundina (PT), entre 1989 e 1991; ano em que foi fundado o Instituto Paulo Freire em São Paulo, com intuito de estender e elaborar as ideias de Freire. O instituto mantém os arquivos do educador, além de realizar numerosas atividades relacionadas com o legado do pensador e a atuação em temas da educação brasileira e mundial. (Visite o Site).

Filósofos como Martin Heidegger e Jean Paul Sartre, Gabriel Marcel e Karl Jaspers desenvolvem pensamentos existencialistas, cujos princípios influenciaram efetivamente Paulo Freire. Embora, seja ligado a esquerda, é o existencialismo cristão de Jaspers e Gabriel Marcel que predomina em sua base filosófica que direcionam sua metodologia.

Freire sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. Seus estudos são utilizados como parâmetro educacional por todo o mundo; sendo o único brasileiro entre os 100 autores mais citados em trabalhos da área de humanidades no mundo e o segundo melhor colocado no campo da educação; autor do terceiro livro mais citado em estudos acadêmicos. De acordo com a BBC, entre os países que estudam e aplicam o método do educador estão a África do Sul, Áustria, Alemanha, Holanda, Portugal, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá.

“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.”

É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira.

É o brasileiro mais homenageado da história, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986. 

Dedicou sua vida à luta pela criação de um novo Brasil, mais justo e igualitário, e inspirou educadores em todo mundo.

O educador e filósofo nunca foi, nem quis ser, unanimidade; recebeu críticas dos setores progressistas por conta da sua linguagem com ênfase no masculino e por ser contra o aborto.

Paulo Freire morreu no dia 2 de maio de 1997, aos 76 anos de idade, em plena atividade de educador e de pensador. Estava casado com Ana Maria (Nita) Araújo Freire, também educadora.

Entre suas publicações está a "Carta aos Professores" que faz parte do livro "Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar"; livro escrito durante dois meses do ano de 1993, considerada  uma joia no meio acadêmico. É um texto apaixonado que incentiva uma reflexão sobre o papel do educador convocando-os ao engajamento para construção de uma escola democrática e popular. Por isso, Paulo Freire é o inimigo numero um de um sistema arcaico que tende a excluir e escravizar as camadas mais pobres da sociedade. 

Paulo Freire é inimigo do Brasil colônia, e visionário do Brasil democrático.

Lista completa das obras publicadas:

· Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1967;

· Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1970; Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1971;

· Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1976;

· Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977;

· Educação e mudança. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979;

· A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo, Cortez, 1982;

· A Educação na cidade. São Paulo, Cortez, 1991;

· Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992;

· Política e educação. São Paulo, Cortez, 1993;

· Professora sim, Tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo, Olho D’Água, 1993;

· Cartas a Cristina. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1994;

· À sombra desta mangueira. São Paulo, Olho D’Água, 1995.

· Pedagogia de autonomia. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1996.

· Pedagogia da indignação. São Paulo, Editora da Unesp, 2000.

Para baixar:

Carta aos professores


Paulo Freire - 14 livros em pdf

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Fontes

brasilescola.uol.com.br

cartacapital.com.br

ebiografia.com

gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br

guiadoestudante.abril.com.br

novaescola.org.br

paulofreire.org

paulofreireufmg.blogspot.com

researchgate.net

revistas.usp.br

todamateria.com.br