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sábado, 14 de setembro de 2013

Revolta dos Macacos




Sr. Brasil, Som Brasil, Empório Brasil, Empório Brasileiro 


Rolando Boldrin nasceu na pequena cidade interiorana de São Joaquim da Barra, no estado de São Paulo. 

Desde pequeno, aos sete anos, já tocava a viola. Aos dezesseis anos foi para a capital São Paulo de carona em um caminhão. Lá, antes de finalmente emplacar na carreira de cantor, foi sapateiro, frentista, carregador, garçom e ajudante de farmacêutico.

Entre o final da década de 50 e começo da de 60, teve uma grande experiência como ator de teleteatros da TV Tupi, ao lado de nomes como Lima Duarte, Laura Cardoso, Dionísio Azevedo e outros. 
Atuou em diversas novelas das TVs Record, Tupi e Bandeirantes, até a década de 1980.

Em agosto de 1981, estreou o programa Som Brasil, na TV Globo, com o objetivo de divulgar a música brasileira de inspiração regional. Rolando Boldrin contava causos, dançava e exibia peças teatrais e pequenos documentários. Boldrin deixou o programa em 1984, mas levou a ideia a outros dois programas apresentados por ele, também na década de 1980: Empório Brasileiro (TV Bandeirantes) e Empório Brasil (SBT).

Atualmente apresenta o programa Sr. Brasil, pela Rede Cultura de São Paulo.

Neste poema “A revolta dos macacos”, de Pompílio Diniz, uma representação magistral deste grande intérprete brazuca.





A revolta dos Macacos

Autor : Pompilho Diniz

Só nos trouxe desvantage
Essa ta de descendênça.
Pois pru mode essas bobage,
Houve tanta desavença,
Que de argum tempo pra cá
Bicho nenhum quer mais dá
A macaco muita crença...

No entanto vocês se engana
Pió mentira não há.
Coquero não dá banana
(cada coisa em seu lugá)
Nem bananera dá coco
Nóis, os macaco tampouco
Vai outro bicho gerá

E nenhum de nóis aceita
Na famia essa braiada.
Nossas macaca é direita
Muito honesta e respeitada
É por isso que eu duvido
Que os homi tenha nascido
No meio da macacada

Se os homi tivesse em fim
descendência de macaco,
num havia gente ruim
e nem sujeito veiaco.
Vivia sem ter trabaio
Drumindo no memo gaio
Comendo no memo caco

Repare se argum macaco
bebe cachaça pru viço.
Se cheira tabaco...
Ou desejando sumiço,
ele memo se matasse.
Mas os homi quando nasce
Já tem tendença pra isso

Veja bem se argum de nois
somente por ambição
Guardando rancor feroz
mata seu prório irmã.
Que ele seja forte ou fraco
macaco contra macaco
nunca fez revolução

Animá nenhum da terra
Tem esse instinto do homi
de vivê fazendo guerra
Matando os outro de fomi.
Entre nóis há união.
Sem haver exproração
quando um comi os outro comi

Se um macaco tá doente,
cura seu má com resina.
Mas os homi é deferente.
Faz primeiro uma chacina
em tudo quanto é macaco
e dele fazer vacina

Também as nossa macaca
Num dexa os fio cum fomi
nem arruma a sua maca
e pelo mundo se somi
atrás de outro chimpanzé
Cumo faz essas muié
fugindo com os outro homi

As nossas macaca véve
Cuidando só da famia.
Nenhuma deles se atreve
ir de noite pras folia
deixando em casa seus fio
bandonado, com frio
pra vortá no outro dia

Porém, nada disso importa
E pra falá francamente
Nóis enfim só não suporta
a mentira dessa gente
que pra manchá nosso nome,
quer pru força que esses homi
seja nossos descendente.





fonte: www.rolandoboldrin.com.br/‎
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