Mais uma postagem em homenagem aos meus amigos/irmãos poetas.
João Guimarães Rosa além de médico e diplomata, foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Seus contos e romances ambientam-se quase todos no chamado sertão
brasileiro, e destacam-se pelas inovações de
linguagem, sendo marcada pela influência de falares populares e
regionais.
Sua obra mais marcante foi Grande Sertão: Veredas, um romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional".
O poema abaixo faz parte do livro de poesias intitulado: Magma, publicado postumamente pela Editora Nova Fronteira. Apesar de ter ganho, em 1936, o Prêmio da Academia Brasileira de Letras, Guimarães Rosa não demonstrou qualquer interesse em publicá-lo, chegando a dizer em entrevista: "[...]escrevi
um livro não muito pequeno de poemas, que até foi elogiado. [Depois]
passaram-se quase dez anos, até eu poder me dedicar novamente à
literatura. E revisando meus exercícios líricos, não os achei totalmente
maus, mas tampouco muito convincentes".
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Saudade
Saudade de tudo!...
Saudade, essencial e orgânica,
de horas passadas,
que eu podia viver e não vivi!...
Saudade de gente que não conheço,
de amigos nascidos noutras terras,
de almas órfãs e irmãs,
de minha gente dispersa,
que talvez até hoje ainda espere por mim...
Saudade triste do passado,
saudade gloriosa do futuro,
saudade de todos os presentes
vividos fora de mim!...
Pressa!...
Ânsia voraz de me fazer em muitos,
fome angustiosa da fusão de tudo
sede da volta final
da grande experiência:
uma só alma em um só corpo,
uma só alma-corpo,
um só,
um!...
Como quem fecha numa gota
o Oceano
afogado no fundo de si mesmo...
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saudade gloriosa do futuro,
saudade de todos os presentes
vividos fora de mim!...
Pressa!...
Ânsia voraz de me fazer em muitos,
fome angustiosa da fusão de tudo
sede da volta final
da grande experiência:
uma só alma em um só corpo,
uma só alma-corpo,
um só,
um!...
Como quem fecha numa gota
o Oceano
afogado no fundo de si mesmo...
- João Guimarães Rosa
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