Ontem dia 02/11 foi comemorado o dia dos finados... comemorado?
Bem, dia de finados sempre nos leva a uma reflexão sobre a vida, e claro, sobre
a morte.
Todos aqueles que perderam entes queridos recordam neste dia
de suas alegrias, seus momentos juntos e seus momentos de ausência. Porque a
morte é a ausência definitiva e por isso os momentos em que fomos ausentes nos vêem
á memória.
De todos os sentimentos que o ser humano possa experimentar,
a dor aguda da separação é a mais pungente. Sentimento este que não fica restrito
ao ser humano, algumas outras espécie também sofrem com ela. Todos conhecem a
história do cão que não abandonou o dono nem quando este foi ao túmulo. Resignou-se
e permaneceu junto a ele até que a morte os unisse.
O mais importante nesta história é que sempre superestimamos
o que se foi pelo simples fato de ser irreversível penso eu. A indignação é o que nos resta nesta impotência
ante um fato irremediável, inapelável, irreversível. Realmente não sabemos lidar com
isso.
O Homem moderno é auto-suficiente, e por isso acredita estar
à cima de tudo, ou de quase tudo. Então vem a morte e esmaga o ego e inunda a
alma com a certeza da insignificância do ser ante a magnitude do universo.
Mesmo que não aceitemos a violência e a estupidez que leva
milhares aos túmulos todos os anos, o tempo ainda nos condena.
Tic, Tac, e mais um vai ao chão... Tic, tac, e mais outro á
solidão.
Daqui a no máximo 150 anos, nenhum dos mais de 7 bilhões de
seres humanos existentes hoje no planeta estará vivo! Nenhum... juntamente com
tantos outros bilhões de seres de outras espécies que deixarão de existir.
Existe ainda outra face, mais angustiante deste quadro.
Afinal de contas, nossa passagem por aqui não tarda pouco mais de um século,
pra quem tiver sorte. A face do filosófico e abstrato legado de nossas vidas. O
que deixamos de herança para os que ficam?
Nossa prole é a continuidade de nós mesmo, diria o poeta.
Mas, e o restante á nossa volta?
A morte da educação, a morte dos bons costumes, a morte da
esperança... Esta, a maior de todas as tragédias.
Nossa morada, a Terra, está
degradada fica e moralmente, e trará lembranças, por muito tempo, de uma
geração que não soube o que deixar para recordar. Sem previsões apocalípticas,
diria que estamos perto do fim. Do fim de nós mesmos, e que este fim venha
antes do fim de nossa prole e do nosso habitat.
Buscamos a morte de forma cega e irresponsável, porque o
caminho que escolhemos está selando o futuro de todos os que nos cercam.
Estamos todos condenados. Logo, 02 de novembro é o dia de todos nós.
É ou será, tanto faz, é só uma questão de tempo.
"Carpe Diem "