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sábado, 21 de abril de 2012

Julgamento


Alguns dizem o que não devem, outros batem primeiro e perguntam depois; mas algumas pessoas tentam manter o equilíbrio. Existem milhares de histórias que ilustram bem isso, mas é importante que tomemos atitudes ponderadas, sempre.
Claro que é fácil falar, mas leia esta história e faça sua conclusão:


 ANTES DE JULGAR

Um médico entrou num hospital apressado, depois de ter sido chamado para uma cirurgia urgente. Ele respondeu à chamada imediatamente, e mal chegou trocou-se e foi direto para o bloco operatório. Pelo caminho encontrou o pai do rapaz que ia ser operado a andar para trás e para frente à espera do médico. Quando o viu, o pai gritou:
- Porque demorou este tempo todo a vir? Não sabe que a vida do meu filho está em perigo? Você não tem o mínimo de sentimento e de responsabilidade?
O médico sorriu e respondeu serenamente:
- Peço-lhe desculpa, não estava no hospital e vim assim que recebi a chamada. Agora, gostaria que você se acalmasse para que eu também possa fazer o meu trabalho.
- Acalmar-me? E se o seu filho estivesse dentro do bloco operatório, você também ficaria calmo? E se o seu filho morresse o que faria? - disse o pai visivelmente agitado.
- Ficar nesse estado alterado e de nervos não vai ajudar nada, nem a si, nem a mim e muito menos ao seu filho. Prometo-lhe que farei o melhor que sei e consigo dentro das minhas capacidades, disse o médico.
- Falar assim é fácil, quando não nos diz respeito, murmurou o pai entre dentes.
Passadas algumas horas, a cirurgia terminou e o médico saiu sorridente de encontro ao pai.
- A cirurgia foi um sucesso. Conseguimos salvar o seu filho! Se tiver alguma questão pergunte à enfermeira.
Sem esperar pela resposta, o clínico prosseguiu caminho visivelmente apressado. O pai irritado dirigiu-se à enfermeira e desabafou:
- O médico é mesmo arrogante. Será que lhe custava muito ficar aqui mais uns minutos para eu lhe questionar em relação ao estado geral do meu filho?
A enfermeira, um pouco abalada e quase a chorar respondeu-lhe:
- O filho do doutor morreu ontem num acidente rodoviário. Ele estava no funeral quando o chamamos para a cirurgia do seu filho. Agora que a cirurgia terminou e o seu filho foi salvo, o doutor voltou para o funeral 
para prestar a última homenagem ao filho dele.


Talvez você esteja passando por um momento difícil e ninguém enxerga.

Ou talvez, você esteja massacrando alguém sem saber...

Pense bem em como tratar as pessoas ao seu redor. De uma forma ou de outra, o próximo pode ser você!!

Abrax!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Acorde!


Eu não tenho problemas para dormir, só que ultimamente tenho achado um desperdício, só isso. Como eu disse na postagem anterior, as vezes é a consciência, outras vezes não! Preocupações diárias, alimentação indevida, ou até mesmo musica e outros tipos de informações inquietantes podem atrapalhar o sono tranquilo e restaurador.

gato, sono, caindo, gatinho, soninho, sonão, dormir, dormindo, sonhando, sonhar
Soninho...
Algumas pessoas gostam de dormir muito, outras não. Eu ainda não decidi. O Tempo de sono ideal também é relativo devido ao trabalho que efetuamos durante o dia. Ou seja, este artigo não ajuda muito quem procura uma solução para a insônia, né? Mas não é esta a intenção.


O que é então?

É dizer que algumas pessoas gostam de assustar os outros, pregar peças, etc. Ainda mais quando estão dormindo, pois estão indefesas. Muita gente, inclusive este Pseudo-blogueiro que vos escreve, não gostaria de ser acordada sendo sacaneada pelos amigos. Mas por um descuido, ou fraqueza, algumas vezes não resistimos a tais brincadeiras.

Este video mostra como uma pessoa pode acordar em um "sobressalto" quando acordada carinhosamente por um amigo.



Acorda Moisés !!

Hauhauahuahauhauh!!

Desculpem, mas é de lascar!!

Cuidado na proxima vez que for tirar um cochilo no trabalho...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A Divisão


   
culpa, consciencia, remorso, medo, sentimentos, memoria

    Quando se está só, as memórias, querendo ou não, surgem para atormentar aqueles que têm consciência. Os que têm memória apenas não se incomodam, mas os que tentam manter a consciência limpa, estes sim, sofrem demasiado.Existem ainda aqueles que sentem uma cobrança interior, possuem um juiz interno implacável e cruel. Estes sofrem muito mais.

    Os conhecidos esqueletos escondidos no armário saem a desfilar, com suas faces odiosas a encarar aqueles que os tentam, sem sucesso, ignorar. Esquecer é uma tarefa inglória a estes pobres mortais. E talvez, esta seja a mais destruidora de todas as mazelas humanas, a culpa.

choro, chorar, lagrimas, olho, triste, tristeza, culpa   Praticamente todas as necessidades humanas são supridas por recursos monetários. Até mesmo amigos (as), maridos (esposas), amantes podem ser “alugados”. Mas a consciência limpa não se compra!

    Entretanto, algumas classes de pessoas não sofrem deste mal. Andam imponentes, sempre sorridentes, indiferentes a qualquer mal que possam causar. São doutores em ferir corações e destruir sonhos.
     
esperança, sentimento, amor, paz, amigo   Os que fazem parte do primeiro grupo citado não têm sono tranqüilo, enquanto o mal não for reparado. Enquanto o segundo grupo, em nada se ressente. Em todas as classes sociais é possível fazer esta divisão.
   Estão todos misturados. È preciso que seja assim. Joio e trigo.

   Ah! Mas um dia será feita a separação. 

crianças, casal, flores, amor, esperança, sentimento
    Por intervenção divina, força da natureza, justiça cósmica ou qualquer outra coisa que se deva acreditar. Porque isto mantém nossa condição humana. Os sentimentos, já foi provado pela ciência, existem até nos animais ditos irracionais. A consciência nos separa deles. 

   È preciso acreditar para que exista a ultima força que une todos os seres.

    A esperança de que o amor vencerá.

   Só por amor é possível todas as coisas ao homem. Seja você cristão, ateu, muçulmano ou agnóstico; o amor ainda é o que nos motiva.

     Ou talvez sejamos apenas animais...

Existe um Nero dentro de cada escritor

 

academia, academico, austregésilo, athayde, poeta, escritos, cadeira, brasileira, brasileiro, presidente

De Austregésilo de Athayde;


ENCANTAÇÃO DO FOGO

Outro dia, Brito Broca, que lê velhos jornais e velhas revistas, descobriu num deles, muito maior de trinta anos, uma nota sobre o romance Quando as hortênsias florescem, que escrevi, em 1919, e felizmente não foi publicado. Os originais existem, mas vou destruí-los no fogo, um destes dias. Deixou de aparecer na época, porque eu o escrevera tão ao vivo nas personagens e nos fatos, que o meu querido e saudoso tio Professor Austregésilo, para quem eu lera. alguns capítulos, me aconselhou a deixá-lo dormir na gaveta, ou o que lhe parecia mais acertado, substituir as pessoas e os episódios, mas isso, no meu ponto de vista, importaria em mutilar a obra de arte.

Passagens do Quando as hortênsias florescem viram a escassa luz da publicidade em jornais sem muitos leitores. Logo descobriram que um dos tipos retratados era o polemista Antônio Torres, com quem eu andara às turras na imprensa e que teve a imprudência de desafiar-me para um duelo. Torres era gordo e pesadão, jamais se dera a exercícios físicos e nada entendia de como se bater a espada ou florete. No tempo, eu tinha músculos de aço, o boxe era um dos meus esportes e o mestre Zé Ferreira adestrara-me na esgrima para “toucher à la fin de l’envoi” qualquer espadachim famanaz. Duma intervenção oportuna de Gilberto Amado, que advertiu Torres dos riscos que ia correr, resultou uma convenção de cavalheiros, segundo a qual não deveríamos mais nos engalfinhar em letras de fôrma.

Outra figura, traçada a tinta vermelha no romance, era um político da época que se metera em certa aventura amorosa e que eu, na minha inocência de escrita quase infantil, decidira relatar, com grande escândalo de meu tio, que era amigo do homem.

Tantas razões contrárias pareceram-me boas para deixar a peça literária adormecer no bosque. Nenhum príncipe encantado surgiu para despertá-la e, somente agora, Brito Broca foi encontrar suas reminiscências nas páginas desbotadas da A folha, de Medeiros e Albuquerque, e pediu-me que dissesse onde andava o livro, que sorte teve e por que o autor não o deixava correr a grande aventura literária.

Por isso, meu caro amigo, porque nada de bom havia nele, e quando o releio, um tanto encabulado comigo mesmo, não me canso de agradecer os conselhos que me foram generosamente dados para enviá-lo ao limbo donde não sairá jamais.

Não é que desgoste da tentativa malograda de inserir-me entre os romancistas do tempo. Antes fizera um outro livro denominado, novela de beira de praia, elocubrada e escrita no Seminário da Prainha, vendo ao longe as areias do Mucuripe, os coqueirais e as jangadas de vela, retornando do mar, no cair das tardes. Mas levado pelas circunstâncias à crítica literária em que me dei logo ares de rigoroso, não quis expor o flanco aos adversários, publicando a minha própria literatura.

Naquelas eras, eu, como os de minha geração, vivia impregnado de Anatole France. Foi sob a influência direta e implacável do Le Lys Rouge e do velho Monsieur de Bergeret que me descartei da angústia que se apossa do escritor e não o larga enquanto não lavra o papel. Sabem lá o que é a gente andar de conversas diárias com o Abbé Coignard, freqüentando “La Rotisserie de la Reine Pédauque”, ou perder-se em intimidades com o mundo de cínicos raisonneurs criados pelo demônio risonho que espalhou em tantos livros a mais impiedosa ironia que já escorreu do coração humano! E andar nessas companhias, quando se tem apenas duas décadas de existência, e nada é certo ou apenas seguro, e já se perdeu o Norte antigo sem que outro reconduza a alma e lhe dê novas e melhores inspirações!

nero, fogo, roma, imperador, césar
Nero Cláudio César Augusto Germânico
Somente depois do encontro com Carlyle e Emerson, e, principalmente, quando me afundei na literatura de William James, é que as grandes sombras do ceticismo foram-se dissipando.

Nada resta quase daquele jardim antigo cujos perfumes entorpeciam. Foi debaixo de suas árvores que as hortênsias floresceram, um dia, na imaginação de um adolescente que viera de distantes paragens para tentar a temerária ascalada. O caminho da ascensão povoa-se de túmulos onde jazem tantas coisas mortas. Num deles está encerrado o romance Quando as hortênsias florescem, à espera da encantação do fogo...

(Vana verba. Conversas na Barbearia Sol, 1971.)



Um dia tomo coragem e ponho fogo no blog!!
(O Externauta. Divagando á frente do micro, 2012)