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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dança e luta


A capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música.

Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos com alguma influência indígena, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas.


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História

Mais do que uma técnica de combate, a capoeira, surgiu como uma esperança de liberdade e de sobrevivência, uma ferramenta para que o negro foragido, totalmente desequipado, pudesse sobreviver ao ambiente hostil e enfrentar a caça dos capitães-do-mato, sempre armados e montados a cavalo.

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Mestre Bimba
Esta arte marcial  genuínamente brasileira teve sua época marginal, devido a grande parte dos negros terem sido marginalizados e, naturalmente, com eles a capoeira, foi inevitável que diversos capoeiristas começassem a utilizar suas habilidades de formas pouco convencionais. Muitos começaram a utilizar a capoeira como guardas de corpo, mercenários, assassinos de aluguel, capangas. Grupos de capoeiristas conhecidos como maltas aterrorizavam o Rio de Janeiro. Em pouco tempo, mais especificamente em 1890, a República Brasileira decretou a proibição da capoeira em todo o território nacional. Qualquer cidadão pego praticando capoeira era preso, torturado e muitas vezes mutilado pela polícia.

Vicente Ferreira Pastinha, mestre capoeira
Mestre Pastinha
Em 1932, um período em que a perseguição à capoeira já não era tão acentuada, Manoel dos Reis Machado ou mestre Bimba, exímio lutador no ringue e em lutas de rua ilegais, fundou em Salvador a primeira academia de capoeira da história. Que devido a proibição ainda existente no código Penal, Bimba chamou seu novo estilo de Luta Regional Baiana.

Aos poucos a perseguição foi-se esvaindo, e pouco depois, a iniciativa de mestre Bimba foi seguida pelo Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha), outro importante incitador, baseando-se numa abordagem mais tradicional.

A Bahia continuava sendo o centro nevrálgico da Capoeira até a década de 1960. Muitos Mestres, atraídos pelas possibilidades econômicas do Sul, começaram a emigrar para o Rio de Janeiro e São Paulo. A Capoeira, aos poucos, espalhava-se pelo Brasil inteiro. Com isso surgiram diferenças zonais. Na Bahia,  sempre estarão presentes, o aspecto da luta, a malícia e a teatralização. No Sul, os movimentos estarão mais próximos das artes marciais e da ginástica. 




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As Duas Correntes

Capoeira Angola

A Capoeira Angola foi recuperada pelo Mestre Pastinha com a abertura da sua academia em 1941. Consiste na forma mais tradicional de Capoeira, altamente ritualista, remontando à herança tribal de África, e chega a ser considerada (sobretudo pelos seus praticantes) como a “verdadeira Capoeira”.

Capoeira Regional

A Capoeira Regional tem a sua origem no Mestre Bimba, que considerava que esta arte estava a perder progressivamente a sua componente de luta. Uma vez que se tratava de uma prática proibida, os capoeiristas remetiam-se à clandestinidade, sendo cada vez menores em número e sem comunicação entre si. O Mestre Bimba pretendeu lutar contra esta tendência, e começou a recuperar práticas e movimentos antigos, definiu uma filosofia e código próprios, e concebeu mesmo novos golpes. É a ele que se deve a criação da primeira academia de Capoeira do mundo, e com o seu ativismo, é também considerado o principal impulsionador para a legalização, aceitação e valorização social e cultural deste patrimônio brasileiro. A Capoeira Regional é assim uma abordagem moderna de Capoeira, devidamente organizada e hierarquizada, e é de longe a corrente mais praticada.

O Ritual

A Música

A música é parte essencial da Capoeira,  onde o maior protagonismo é o berimbau. Integra ainda uma bateria com vários instrumentos, a maioria de precursão. Os membros da roda acompanham a música com cantares típicos. A importância da música é tal que o Mestre Bimba afirmou mesmo que um verdadeiro capoeirista tem que saber lutar tanto como tocar e cantar!

A Roda

A roda de Capoeira é onde decorre a ação, criando um círculo no interior do qual se defrontam os capoeiristas. Os restantes elementos, sejam adversários à espera da sua vez, sejam os músicos, seja mesmo o público em geral, criam um círculo com uma média de 5 metros de diâmetro.

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O Jogo

O jogo é o confronto entre os dois praticantes. Esta “luta” não implica, na generalidade, contacto físico, mas antes uma demonstração das capacidades. Cada ataque fica-se pela ameaça, sendo que antes de ser concretizado já o adversário terá efetuado uma manobra defensiva que o evitaria. A sucessão de movimentos gera uma verdadeira dança, com gestos elegantes, ágeis e acrobáticos, recorrendo com frequência a saltos mortais e outras manobras.
  • Ginga
    A Ginga é o movimento base de Capoeira, e ao mesmo tempo o mais célebre. Consiste numa “dança” de pés triangulares, balançando os braços ao ritmo do corpo, que servirá também de preparação para os movimentos. É inconfundível.
  • Ataques
    Os movimentos ofensivos utilizam maioritariamente as pernas, com ataques de pés e joelhos. Os cotovelos são também utilizados com alguma regularidade, ao passo que murros e outros golpes de mãos não são utilizados em Capoeira. Um golpe também utilizado com frequência é a cabeçada!
  • Defesa
    A defesa consiste na grande maioria no recurso a manobras evasivas, e eventualmente, contra-ataques. Daí que a Capoeira possa ser vista como um jogo de movimentações, em que se considera que o atacante teve sucesso quando efetuou manobras tais que deixou o adversário sem escape possível.
  • Volta ao Mundo
    Quando uma manobra é concluída (como na situação anteriormente descrita) ou na eventualidade de qualquer outra interrupção do ritmo do jogo, os dois capoeiristas afastam-se e circulam calmamente pelos limites da roda, dando a “volta ao mundo”.
Estes são os “episódios” do ritual de um jogo de Capoeira, havendo pormenores e especificidades quer na Capoeira Regional, quer na Angola.

Um bom capoeirista deve se apresentar para a prática do esporte vestido com seu "abadá", ou seja, calça de helança branca e camisa regata de malha branca, contendo estampado na frente e nas costas o símbolo ou escudo do grupo ou associação ao qual representa. Ainda hoje, os capoeiristas que praticam e cultuam o jogo de Angola, se vestem de terno de puro linho branco, camisa de seda pura, lenço no pescoço, chapéu de Panamá, sapato lustrado e meia. Se vestindo assim, tão sociais, os mestres mais antigos vão para o jogo da capoeira onde, eles dizem, o bom capoeira sai do jogo com o terno limpo e ainda com o chapéu na 
cabeça .

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Filhos de Mestre Bimba

Grandes Mestres, Grandes Grupos

Mestre Bimba e Pastinha dispensam apresentações Mestre Suassuna: Grupo Cordão de Ouro; Mestre Burgues: Grupo Muzenza; Mestre Camisa: Grupo Abada; Mestre Barrão: Grupo Axé Capoeira; Mestre Luiz Medicina e Magrelo: Grupo Raça; Mestre Lobão: Grupo besouro Manganga; Mestre Mão Branca: Capoeira Gerais; Mestre Quebrinha: Grupo Ginga Brasil; Mestre Jogo de dentro (angola); Mestre Canseira (angola); Mestre Joel; Mestre Acordeon; Grão Mestre João Pequeno;

 Lendas

A Capoeira é uma tradição cercada de histórias e lendas. alguns mestres capoeiristas, chamados de "bambas" se tornaram lenda. Entre eles estão os já citados mestres Bimba e Pastinha. Estão também: Cobrinha Verde, Caiçara, traíra, Curió, João Pequeno, João Grande, Waldemar e Canjiquinha. E claro, mestre Besouro, que se tornou tema de filme.






fontes
http://www.google.com.br
http://www.capoeiradobrasil.com.br
http://www.anpocs.org.br
http://lutasartesmarciais.com
http://pt.wikipedia.org
http://capoeiraexports.blogspot.com.br


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A Perda

Hoje o dia nasceu chuvoso em BH, triste e cinzento. 

Provavelmente por causa da perda dolorosa deste final de semana. Perda de vidas que faziam a diferença para muitos que estavam ao seu alcance. Perda de esperança por muitos que viram a violência, a mentira, o descaso e a impunidade tomar conta de cada cantinho deste mundo desolado. 

Um planeta lindo, maravilhoso e rico, reduzido a misérias humanas causada na maioria das vezes pela ganância de poderosos. 

A perda de vidas parece já sem importância, uma vez que morrem centenas de pessoas todos os dias por falta de recursos básicos de alimentação, acesso a remédios, ou pela violência gratuita de governos, facções e marginais de toda espécie. 

Mas este quadro já foi descrito aqui nO Externauta, e sabemos que mostrar nossa indignação aqui na NET é chover no molhado. 

Cenário apocalíptico; fome, guerras, sede, doenças, violência, medo, etc... É o Armagedon em sua forma mais cruel, a indiferença. 

O mundo em colapso, as pessoas vivendo uma vida miserável; e nada mais nos abala. Fica sempre a impressão que ontem foi melhor que hoje. 

E o dia está chuvoso... tudo fica mais quieto, um pouco mais longe do calor das paixões... o céu encoberto... choram as perdas de cada dia... 

A saudade dos que se foram, cedo demais talvez, fica maior quando ouvimos o noticiário que repete as mesma mazelas de sempre. 

Acredito que todos os bons que se foram já estavam além deste mundo, eram tão melhores que nós que não tinham mais o que fazer conosco, pobres imundos mortais. 

E os maus? 

Estes estão tão aquém de nós que já foram tarde. 

É a faxina universal em ação, a separação dos bons e dos maus, o joio do trigo. 

Só pode ser isso. 

E a chuva lava a alma. 

Em memória de
Andresa Berlinck