Se existe uma forma de arte que literalmente se torna parte de quem a carrega, essa é a tatuagem. Mais do que simples desenhos gravados na pele, as tatuagens são expressões profundas da individualidade e criatividade humanas.
As tatuagens não são uma moda passageira; na verdade, elas têm uma história tão antiga quanto a humanidade. Desde tempos imemoriais, as culturas ao redor do mundo têm utilizado a prática da tatuagem para marcar rituais, expressar identidade e adornar o corpo. Das tribos ancestrais às civilizações antigas, as tatuagens têm desempenhado papéis diversos, desde símbolos de status até amuletos de proteção. A descoberta de múmias tatuadas lançou uma nova luz sobre essa forma de arte corporal em culturas antigas. Desde múmias do Antigo Egito até povos pré-colombianos nas Américas.
Apo Whang-Od, tatuadora indígena de 106 anos |
A preservação das tatuagens ao longo dos séculos é um testemunho da habilidade técnica dos antigos tatuadores. No entanto, a interpretação das tatuagens e de seu significado cultural muitas vezes permanece como um quebra-cabeça a ser desvendado.
Aqui estão algumas das tribos antigas conhecidas por suas práticas de tatuagem:
Tribos Polinésias: As tribos polinésias, incluindo os maori da Nova Zelândia, os samoanos, os havaianos e os tahitianos, são conhecidas por suas elaboradas e significativas tatuagens. Na cultura maori, por exemplo, as tatuagens faciais, conhecidas como "moko", eram uma forma de identificação tribal, status social e linhagem ancestral.
Tribos Celtas: Os celtas, que habitavam partes da Europa Ocidental e Central, eram conhecidos por suas tatuagens intrincadas. Eles acreditavam que as tatuagens conferiam proteção e poder espiritual. Símbolos como nós celtas, animais e motivos geométricos eram comuns em suas tatuagens.
Tribos Africanas: Em várias partes da África, as tribos indígenas também praticavam a tatuagem. Por exemplo, as tribos berberes do norte da África tinham tradições de tatuagem que remontam a milhares de anos. As tatuagens entre as tribos africanas muitas vezes representavam identidade étnica, status social, proteção espiritual e rituais de passagem.
Tribos Nativas da Oceania: Além das tribos polinésias, outras tribos nativas da Oceania, como os aborígenes australianos e os povos das ilhas do Pacífico, também praticavam a tatuagem. Suas tatuagens frequentemente retratavam símbolos culturais, histórias de clãs e conexões com a terra e a natureza.
Cada tatuagem conta uma história, seja ela visível ou oculta. Para muitos, as tatuagens são mais do que apenas arte decorativa; são símbolos carregados de significado pessoal. Desde homenagens a entes queridos até representações de crenças espirituais ou filosofias de vida, as tatuagens podem ser portadoras de emoções profundas e memórias duradouras.
A relação entre tatuagem e crime é um estereótipo que tem raízes históricas, mas é importante abordá-lo com cuidado e considerar o contexto cultural, social e individual. Ao longo da história, as tatuagens foram associadas a gangues, prisões e comunidades criminosas. No entanto, é importante lembrar que a maioria das pessoas com tatuagens não está envolvida em atividades criminosas.
O preconceito contra pessoas tatuadas pode ser prejudicial e injusto, perpetuando ideias equivocadas sobre quem são essas pessoas e suas intenções. Inicialmente, a lei nº 9.459, de 13 de maio de 1997 foi elaborada para a punição de crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e ficou conhecida como lei do racismo, mas, acrescentou os termos etnia, religião e procedência nacional, e ampliou a proteção da lei para vários tipos de intolerância. No seu Artigo 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa. Mas a interpretação da lei pode se estender para aspectos físicos, modo de vestir, preferencias etc.