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sexta-feira, 29 de junho de 2012

A hora da morte


Maculinea alcon, Lycaenidae


De todas as certezas que pode ter o ser humano, a morte é sem dúvida uma delas.

Quem nasce já está fadado à morte. Mensageira estranha, por vezes, abraça antes os mais jovens e os mais sadios, deixando para trás idosos e doentes.

Contudo, sempre chega. Paradoxalmente, é um dos assuntos que quase todo mundo evita tocar.

É por isso mesmo que, quando chega, sempre surpreende.

Também por esse motivo, muitas lágrimas são derramadas sobre os túmulos.

Lágrimas que se casam a exclamações como: "Ah, se eu soubesse que era o seu último dia! Se eu soubesse que ele iria morrer, não teria sido tão mau! Se eu soubesse que ele partiria tão cedo, teria abraçado mais, dito como o amava, sido melhor para ele."

Por tudo isso, é bom considerar que nossa existência é muito efêmera. Hoje estamos aqui, amanhã poderemos não nos encontrar mais deste lado da vida.

O ser amado que se despede para o trabalho diário, pode não retornar. A criança que corre pela rua, rumo à escola, pode não voltar para casa.

Como a irmã daquele menino de apenas 10 anos. Ele entrou em casa e chamou pela mãe.

Ela estava no quarto, sentada, quieta.

"Sua irmã morreu esta manhã, Michael." - foi o que disse.

O conceito de morte não tinha um significado concreto para aquele garotinho.

Durante muito tempo ele perguntava à mãe: "ela vai voltar? Por que ela teve de morrer?"

E ficava em frente à casa, esperando que o ônibus escolar a trouxesse de volta.

Entrava no quarto dela e apanhava a sua pasta escolar. Tudo estava bem arrumado - os cadernos de um lado, os livros do outro, o estojo de lápis no meio.

A faixa preta de elástico que ela usava nos cabelos quando foi para o colégio naquela manhã.

Depois, devolvia tudo certinho no seu lugar. Perguntava-se, se a irmã ficaria zangada por ele ter mexido em suas coisas.

O que ele realmente jamais esqueceria foi o que aconteceu duas noites antes da irmã morrer.

Ele esperou o ônibus que a trazia da escola. Estava preocupada. Esquecera de um trabalho de arte que devia entregar no dia seguinte.

Ele a foi ajudar e juntos fizeram 12 borboletas coloridas, de antenas enroladas e asas triangulares.

No dia em que ela morreu, ele estranhamente despertou mais cedo.

Observou-a se aprontando para a escola. 

 
cemiterio, dor da despedida, tumulos


Como o vão da escada no prédio era muito escuro, ele ficou segurando a porta aberta para que a luz do apartamento a ajudasse enxergar os degraus.

Uma das mãos dela segurava a pasta, a outra balançava, enquanto descia os degraus.

Estava de uniforme azul. Tinha só 14 anos. E suas últimas palavras para Michael foram: "Até logo, irmão."

Passadas mais de 4 décadas, Michael ainda guarda a lembrança de sua irmã.

Quando vê uma borboleta, recorda de imediato daquele último trabalho que fizeram juntos.

E espera. Porque, um dia, ele também fará essa viagem para o grande além.

Nesse dia, finalmente, ele a verá outra vez.

***
meus sentimentos, dor da despedida


Ame muito. Usufrua a companhia dos afetos.

Quando um deles se for, poderá acalentar seus dias com as doces lembranças dos afagos compartilhados.

E isso amenizará sua grande saudade.




Autor:
A despedida, de Michael Tan, da revista Seleções do Reader´s Digest, outubro/2005. 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tolices

As sete verdades sobre os tolos

1O tolo imagina estar sempre certo.
Geralmente o tolo fala muito e ouve pouco, por isso julga estar sempre com a razão.
A sabedoria ensina que devemos ouvir, reter o que é bom, e falarmos somente o necessário.
“O caminho do insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve conselhos” (Provérbios 12:15).

2O tolo só se importa consigo próprio.
Olhar para o proprio umbigo é quase uma regra nos dias de hoje. Cada um quer o melhor para si, sem se importar com o outro. Mesmo os grandes impérios: Gregos, Ingleses, etc; sucumbiram pelo isolamento de suas forças. Unidos somos mais fortes, cooperação e trabalho em grupo é um pré-requisito para o mercado de trabalho.
“O tolo não tem prazer no entendimento, mas sim em expor os seus pensamentos” (Provérbios 18:2).

3O tolo só gosta de provocar desavenças.
Ver o circo pegar fogo é o esporte favorito de muita gente. A lingua é mais rapida que o raciocinio, falam de tudo e de todos. Fuja destas pessoas. Quem fala mal de alguém, fala mal de você também.
“É uma honra dar fim a contendas, mas todos os insensatos envolvem-se nelas” (Provérbios 20:3).

4O tolo confia plenamente em si mesmo.
Se achar autosuficiente é uma face da arrogancia e da prepotencia. Somos todos dependentes de outros de uma forma ou de outra. Dependemos da familia, dos amigos, do trabalho, do governo, etc. Por isso vivemos em sociedade. Tratar a todos com respeito deve ser uma regra, não uma opção.
“Quem confia em si mesmo é insensato, mas quem ama a sabedoria não corre perigo” (Provérbios 28:26).

5O tolo deixa-se levar pela ira.
Apelou, perdeu! Quem se exalta perde a razão, mesmo que a tenha originalmente. A calma é atributo de poucos, não deve ser confundida com covardia e medo. Os animais impõem sua autoridade pela força, os tolos acreditam que podem fazer o mesmo.
“O tolo dá vazão à sua ira, mas o sábio domina-se” (Provérbios 29:11).

6As palavras do tolo o prejudicam.
Se não puder dizer nada de bom, não diga nada. Ensina a sabedoria popular que em boca fechada não entra mosquito. A maledicência é cada vez maior em um mundo viciado nas mentiras da Internet. Todos tem o direito a ter opinião, mas não temos o direito de destruir as pessoas por causa delas. Conselhos ao invés de criticas; os tolos não sabem a diferença entre uma e outra.
“As palavras do sábio lhe trazem benefícios, mas os lábios do insensato o destroem” (Eclesiastes 10:12).

tolo, tolice, burrice, idiotice
7O tolo destrói a si mesmo.
As palavras ditas sem critério, fora de hora, e sem responsabilidade tornam-se espadas que depois de ferirem outrem, retornam para quem as proferiu, e o estrago está feito. A palavra é força de criação, cuidado com as palavras é o conselho dos mais velhos. Uma unica mentira pode destruir uma vida inteira.
“A conversa do tolo é a sua desgraça, e seus lábios são uma armadilha para a sua alma” (Provérbios 18:7).



acabou...

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A EXTINÇÃO DOS PROFESSORES


professor, docente, mestre, educador

O ano é 2.020 D.C. - ou seja, daqui a oito anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:

- Vovô, por que o mundo está acabando?

A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:

- Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.

- Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?

O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.

- Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?

- Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.

- E como foi que eles desapareceram, vovô?

coitado do professor, pobres professores, professor mendigo- Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.

Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer "eu estou pagando e você tem que me ensinar", ou "para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você" ou ainda "meu pai me dá mais de mesada do que você ganha". Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo "gerenciar a relação com o aluno". O professores eram vítimas da violência - física, verbal e moral - que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.


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Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. "Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular", diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.

Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas "bem sucedidas" eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão - enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.

Então, acabaram-se os mestres e doutores e ficaram os filinhos de papai com um diploma e muito dinheiro no banco. Logo ninguém mais sabia de nada, tudo era feito usando CTRL+C CRTL+V. (inclusive esta postagem)


diploma comprado, comprar diploma, diploma falso, imprimir diploma

...

ATENÇÃO: Qualquer semelhança com a situação deste País NÃO é mera coincidência.