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terça-feira, 2 de abril de 2013

Gentileza gera gentileza




José Datrino, mais conhecido como profeta Gentileza foi uma personalidade urbana carioca, que se tornou conhecido por fazer inscrições peculiares sob um viaduto situado na Avenida Brasil, na zona portuária do Rio de Janeiro, onde andava com uma túnica branca e longa barba.
"Gentileza gera gentileza" é sua frase mais conhecida.

Natural de Cafelândia, São Paulo, teve uma infância de muito trabalho, na qual lidava diretamente com a terra e com os animais. Para ajudar a família, puxava carroça vendendo lenha.
O campo ensinou a José Datrino a amansar burros para o transporte de carga. Tempos depois, como profeta Gentileza, se dizia "amansador dos burros homens da cidade que não tinham esclarecimento".
Por volta dos treze anos de idade, passou a ter premonições sobre sua missão na terra, na qual acreditava que um dia, depois de constituir família, filhos e bens, deixaria tudo em prol de sua missão. Este comportamento causou preocupação em seus pais, que chegaram a suspeitar que o filho sofria de algum tipo de loucura, chegando a buscar ajuda em curandeiros.

jose datrino, jose agradecido
Profeta Gentileza
No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, houve um grande incêndio no circo que foi chamado de Tragédia do Gran Circus Norte-Americano. Considerado uma das maiores fatalidades em todo o mundo circense onde morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. 

Na antevéspera do Natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alegando ter ouvido "vozes astrais", segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do e plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo. Aquela foi sua morada por quatro anos. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar "José Agradecido", ou "Profeta Gentileza".

A partir de 1970 percorreu toda a cidade, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: - "Sou maluco para te amar e louco para te salvar".
Entretanto, um artigo publicado no Jornal do Brasil afirma que ele, apesar de falar em gentileza como um mantra, era "agressivo, moralista e desbocado [...] Vociferava, ofendia e ameaçava espancar transeuntes", ao ponto de às vezes ser necessário chamar a polícia para acalmá-lo. "Suas principais vítimas eram as mulheres de minissaia ou com calças apertadas, de cabelos curtos, que usavam maquiagem, salto alto e adereços [...] A maioria da população, especialmente as mulheres e crianças, fugia dele”.

jose datrino, profeta gentileza, jose agradecido, avenida brasilNa década de 1980, José Datrino escolheu 56 pilastras do viaduto da Avenida Brasil para, em inscrições em verde-amarelo, propor sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização.

Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a gentileza e a aplicarem gentileza em toda a Terra.

Morreu aos 79 anos, em Mirandópolis, onde foi sepultado.

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Restauração dos paineis
Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza. A eliminação das inscrições foi criticada e posteriormente com ajuda da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, foi organizado o projeto Rio com Gentileza, com o objetivo restaurar os murais das pilastras. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado. No mesmo ano foi publicado pela EdUFF (Editora da Universidade Federal Fluminense) o livro Brasil: Tempo de Gentileza, de autoria do professor Leonardo Guelman.( matéria de Leonardo Guelman)
Em 2001, foi homenageado pela Escola de Samba GRES Acadêmicos do Grande Rio.

Gentileza foi homenageado na música pelo compositor Gonzaguinha, e também pela cantora Marisa Monte, as duas canções levam o nome Gentileza.

A canção de Marisa Monte, além de incentivar os valores pregados pelo profeta (no trecho "Nós que passamos apressados / Pelas ruas da cidade / Merecemos ler as letras / E as palavras de Gentileza"), retrata os danos ocorridos contra os murais, como diz o trecho: "Apagaram tudo / Pintaram tudo de cinza / Só ficou no muro / Tristeza e tinta fresca". Confira o clipe da musica abaixo:



Assista no YouTube o documentário, onde o depoimento de Gentileza, sua atuação nas ruas do Rio de Janeiro e o registro de sua obra pictórica são os grandes atrativos do filme. Se preferir, faça um passeio pelo museu virtual no blog O Impressionista.

De Gênio e Louco todo mundo tem um pouco.

fonte: google.com
wikipedia.org
riocomgentileza.com.br
youtube.com