O embate entre ciência e religião é tão ilógico quanto a ideia de que somos detentores da razão.
Cada um tem seu papel na constituição de valores sociais essenciais
para a manutenção de uma sociedade saudável. Não? Pense bem...
Preconceito, segundo o dicionário, é opinião ou pensamento
acerca de algo ou de alguém cujo teor é construído a partir de análises sem
fundamentos, sendo preconcebidas sem conhecimento e/ou reflexão. Quantas de
suas opiniões são baseadas em sólidos fundamentos obtidos através do estudo
para obtenção de conhecimento? Afs, essa foi profunda! Assista o programa evidências, e estude sobre cientistas que acreditavam que religião não era tão distante assim.
Caso você não tenha percebido, somos seres ínfimos
perante a magnitude do universo. Ocupamos uma área de 1,6 m² para mulheres e
1,9 m² para homens, e nossa existência é de no máximo 120 anos. Temos um
universo observável com diâmetro superior a 92 bilhões de anos-luz, com 13,7
bilhões de anos, segundo cálculos estimativos. (Veja a explicação do Cortella)
Como seres tão insignificantes podem achar que são plenos de
seus conhecimentos e conceitos, a ponto de imaginar que são detentores de títulos
e cargos em sociedades abstratas existentes apenas em um micro universo criado
pelas suas mentes limitadas?
Já dizia o maluco beleza, Raul Seixas:
“É você olhar no
espelho, Se sentir
Um grandessíssimo
idiota
Ridículo, limitado
Que só usa dez por
cento
De sua cabeça animal
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social”
Nossa tecnologia é incapaz de dimensionar nossos
sentimentos. Um pensamento apenas pode ser uma grande incógnita para a ciência.
Mas o que é o pensamento?
Segundo Carl Jung o processo de pensamento inclui quatro funções
psicológicas complementares mutuamente exclusivas: sensação, intuição,
percepção, e pensamento.
A imaginação é a coisa mais intrigante neste cenário. Seres
fantásticos e pensamentos absurdos formam um emaranhado de ideias que nos levam
ao riso, ou ao pavor, quase sempre. A criatividade, a genialidade e a moral são
conceitos abstratos; ou seja, não têm existência própria, existem apenas na
concepção da mente. Ex: bondade, beleza, justiça, amor, raiva etc.
Se formos fruto do acaso, como prega a ciência e sua teoria
do "Big Bem"; todos estes elementos citados por Jung não passam de processos
químicos em nosso corpo, desencadeado por percepções levadas ao nosso cérebro.
Com isso a moral, a educação e tudo o mais que rege a convivência
em sociedade, não passa de mero devaneio poético. O que importa realmente são as leis da física, química,
matemática, e outras tantas que mantém o universo em harmonia. Será?
Os estudos da matéria negra e da composição da luz nos fazem
lembrar o quanto ainda somos ingênuos em relação a todas estas leis. De tempos
em tempos, a ciência reescreve seus tratados.
Como amante da cultura, OExternauta não é contra a ciência, mas a
favor de colocá-la em seu devido lugar. Nada está além do universo de cada um.
Como explicar conceitos e sentimentos descritos por “todas”
as religiões a mais de 6 mil anos, que ainda hoje são atuais? Como avaliar as
emoções de acompanham todo homem desde o seu nascimento?
A alma dos poetas, dos artistas, dos malucos beleza que
insistem em jogar por terra toda lógica. A fé que remove montanhas, que desafia
a lógica da ciência a cada dia. O prazer de contemplar uma obra de arte, uma
música, um amor...
São inexplicáveis por uma ciência que insiste em fechar os
olhos para a sabedoria.
Vou parodiar Luis de Camões:
"Ah ciência, quanto do seu suposto conhecimento é sangue de inocentes?
Oh religião, quanto perde de sublime quando se esconde na opressão aos sinceros
de coração?"
Cada um na sua... até que o tempo nos salve desta existência
nefanda.
Até a próxima!