O capitão de um navio americano estava perto da costa canadense quando avistou uma luz distante e resolveu enviar um rádio:
- Aqui é o capitão J. Smith. O curso do seu navio está em rota direta com o nosso. Favor alterar o seu curso 15 graus norte. Câmbio.
O canadense respondeu:
- Vocês é que estão em rota de colisão conosco. Alterem o seu curso 15 graus para sul.
O capitão americano ficou irritado e retrucou:
- Nós é que exigimos que vocês alterem seu curso 15 graus para norte.
O canadense insistiu:
- Alterem o seu curso 15 graus para sul.
O capitão ficou irritadíssimo e berrou:
- AQUI É DO U.S.S. LINCON O MAIOR PORTA AVIÕES DE GUERRA DO ATLÂNTICO NORTE, DA MARINHA AMERICANA! ESTAMOS EM COMBOIO COM MAIS 2 FRAGATAS, 2 DESTROYERS E NUMEROSOS NAVIOS DE APOIO, NÓS EXIGIMOS QUE VOCÊS MUDEM SEU CURSO 15 GRAUS PARA NORTE. ESTAMOS PREPARADOS PARA TOMAR TODAS AS CONTRA-MEDIDAS QUE FOREM NECESSÁRIAS PARA GARANTIR A SEGURANÇA DO COMBOIO. CÂMBIO.
E o canadense respondeu:
- Aqui é o Farol. Câmbio.
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Esta piada é tida como fato verídico que ocorreu durante manobras de navios americanos na costa canadense. Dizem que esta informação foi recolhida dos arquivos da CIA.
Isto deixa bem claro a que ponto chega a imbecilidade humana. Ao nos colocamos em posição superior a outros para satisfazer nosso ego, mas quase sempre fazemos papel de idiota.
O mais incrível de tudo isso é que em uma sociedade corrompida e obcecada por dinheiro, poder e conquistas, qualquer pessoa que tenha ideias nobres e conduta moral seja tachada como idiota. Isso é mais evidente no Brasil, onde o "jeitinho" é considerado um patrimônio nacional.
Na prática, o jeitinho é uma maneira da pessoa se colocar entre o certo e o errado. Ela sabe que o que está fazendo não é moralmente correto, mas perdoa a si mesmo porque também sabe que estará saindo na vantagem. Assim, qualquer transgressão é justificada, e a pessoa vai vivendo seguindo a Lei de Gérson: “O importante é obter vantagem em tudo”.
A ética parece ser coisa do passado, e este mundo vai caminhando para um buraco sem fundo de miséria humana em todos os sentidos.
A piada pode ser engraçada, mas a deterioração das regras, que sustentaram a sociedade desde o tempo dos primeiros filósofos, não tem graça nenhuma.
Em tempo; o jeitinho brasileiro surgiu como um adjetivo para explicar nossa criatividade e inteligencia em lidar com situações adversas; mas como acontece sempre, virou sinonimo de corrupção explícita.
Aristóteles de Estagira, ou simplesmente Aristóteles, em seu livro Da geração e da corrupção (em grego Περὶ γενεσεως και φθορας, em latim De generatione et corruptione), já alerta sobre esta praga.
Por incrível que pareça, não me refiro a esta mazela como um mal unicamente nacional, é globalizado, haja visto que a terra natal do referido filósofo afunda sua economia graças a corrupção e o desperdício de fundos públicos. Fato este que levou a Grécia a uma crise sem precedentes, levando junto a Europa do Euro e a credibilidade do mercado mundial como um todo.
Cada um fazendo a sua parte, esta é para O Externauta a cura da doença moral mundial.
Geralmente um suicídio coletivo de ideais começam com a frase: "Sabe com quem está falando?"
Isso é o que eu considero um verdadeiro tiro no pé.