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quinta-feira, 25 de abril de 2019

(In)Tolerância


Se você abrir um dicionário e procurar o significado da palavra “tolerância” uma das definições que encontrará é: “boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas.”Ouvir com paciência opiniões diferentes das suas, são virtudes necessárias para a convivência em uma sociedade democrática. Somente no Brasil são mais de 200 milhões de pessoas (segundo o IBGE)com opiniões, crenças e valores diferentes. Frequentemente, percebemos a intolerância em razão de opiniões políticas, orientação sexual, religião, nacionalidade, raça, etc.

 religião, opinião, diferença, crença, Deus, ateu, judeu, islã, buda, maoméA intolerância, em si, é uma violência. 

A Declaração Universal dos Direito Humanos (DUDH), é um documento da ONU que define os direitos fundamentais dos seres humanos, sem distinção de cor, sexo, língua, raça, opinião, nacionalidade ou classe social.

Em todos os casos de autoritarismo que restringe das liberdades individuais; como o caso do Nazismo na Alemanha, do Fascismo na Itália e do Stalinismo na União Soviética; surgem diversos outros tipos de violência. Nos regimes ultranacionalistas, como o Chavismo, é muito comum que haja desvalorização e intolerância ao que vem de fora, podendo resultar nos mesmo problemas que ocorreram em outros regimes. O ápice da intolerância na história moderna é o Holocausto – durante a 2ª grande guerra na Alemanha. (Veja a Enciclopédia do Holocausto)

Como é percebida, a dificuldade em aceitar o diferente não é um fenômeno existente apenas em nossa época.

Por que tornamo-nos intolerantes?

* Isolamento – Este fator pode ser individual ou em grupos, ser autoinfringido ou não, e geralmente aplicado às “classes” historicamente excluídas, como os negros, os índios e os pobres.
* Individualismo - Isso significa que o indivíduo está mais preocupado com as satisfações pessoais do que em pensar no coletivo.
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* Imediatismo - Não interessa-nos em ouvir opiniões divergentes das nossas, porque isto exige diálogo e predisposição ao acordo; e isso toma tempo. Se tivermos a pretensão de influenciar os demais, então temos a obrigação moral de admitir a possibilidade de sermos influenciados pelos outros.

Quando ocorrem crises, tanto políticas quanto econômicas, surgem posicionamentos mais extremos (Fundamentalista) para problemas complexos.

O crescimento das redes sociais contribuiu para que comportamentos intolerantes se tornem mais evidentes. As Bolhas virtuais mostram somente conteúdo disponível ou publicado pelo mesmo grupo selecionado pelo algoritmo da rede. Um isolamento virtual que contribui para a aceitação do individualismo e imediatismo. Apesar disso, as mensagens podem ser compartilhadas por milhares de pessoas em segundos.

Para uma sociedade saudável e justa, é preciso ter empatia, é saber respeitar o diferente; visto que os extremos prejudicam a população de modo geral.

Uma cultura de paz e que valorizem a tolerância diante das diferenças é base para que a cultura do ódio que é preciso impedir, afinal, segundo pesquisadores: “É possível que o ódio seja o mais potente sentimento de hostilidade que os humanos são capazes de produzir. Pensado por este caminho, não deve haver sentimento paralelo nas demais espécies animais conhecidas.”(Rolim, 13/06/2016). Somente o homem é capaz de odiar.

É um fator, sem dúvida alguma, cultural; porque a intolerância e o ódio precisam ser ensinados. As crianças, embora possam ser perversas, não são intolerantes.

cheque, xeque, mate, peão, jogo, tabuleiro, branca, preta"A ideologia" recusa entender que os humanos não se definem sempre pela particularidade (pela “nacionalidade”, pela “classe” ou “alinhamento político-ideológico”), mas por um conjunto de fatores que tornam “rasa” qualquer definição ou classificação neste sentido.

A sensação de impunidade encoraja grupos intolerantes, pois muitas das denúncias feitas ao Ministério dos Direitos Humanos acabam não sendo apuradas; e a sociedade civil deveria se articular para provocar os órgãos de Estado, o Ministério Público e os tribunais, para que medidas sejam tomadas para garantir os direitos de todos!

Quem já sofreu ataques por conta de intolerância sabe o sentimento de impotência, e na maioria das vezes, desiste de fazer registros; que costumam demorar de cinco ou seis horas na delegacia (No Brasil). Mas, existe a possibilidade de denúncia:

Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI)

SaferNet - Denúncia

Geralmente, a pessoa se sente desvalorizada e envergonhada, quando o correto seria exatamente o oposto.Quantas mais pessoas procurarem seus direitos, mais contribui para que este tipo de crime seja combatido.

Tenha empatia e denuncie atitudes intolerantes!


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Rolim, Marcos - Sobre a intolerância e o ódio
Em https://www.extraclasse.org.br/opiniao/colunistas/2016/06/sobre-a-intolerancia-e-o-odio/
acessado em 23/04/2019



 https://www.ic3.gov (Em inglês)