Se você abrir um dicionário e procurar o significado da
palavra “tolerância” uma das definições que encontrará é: “boa disposição dos
que ouvem com paciência opiniões opostas às suas.”Ouvir com paciência opiniões diferentes das suas, são
virtudes necessárias para a convivência em uma sociedade democrática. Somente
no Brasil são mais de 200 milhões de pessoas (segundo o IBGE)com opiniões, crenças e valores
diferentes. Frequentemente, percebemos a intolerância em razão de opiniões
políticas, orientação sexual, religião, nacionalidade, raça, etc.
A Declaração Universal dos Direito Humanos (DUDH), é um
documento da ONU que define os direitos fundamentais dos seres humanos, sem
distinção de cor, sexo, língua, raça, opinião, nacionalidade ou classe social.
Em todos os casos de autoritarismo que restringe das
liberdades individuais; como o caso do Nazismo na Alemanha, do Fascismo na
Itália e do Stalinismo na União Soviética; surgem diversos outros tipos de
violência. Nos regimes ultranacionalistas, como o Chavismo, é muito comum que
haja desvalorização e intolerância ao que vem de fora, podendo resultar nos
mesmo problemas que ocorreram em outros regimes. O ápice da intolerância na história moderna é o Holocausto
– durante a 2ª grande guerra na Alemanha. (Veja a Enciclopédia do Holocausto)
Como é percebida, a dificuldade em
aceitar o diferente não é um fenômeno existente apenas em nossa época.
Por que tornamo-nos intolerantes?
* Isolamento – Este fator pode ser individual ou em grupos, ser
autoinfringido ou não, e geralmente aplicado às “classes” historicamente
excluídas, como os negros, os índios e os pobres.
* Individualismo - Isso significa que o indivíduo está mais
preocupado com as satisfações pessoais do que em pensar no coletivo.
* Imediatismo - Não interessa-nos em ouvir opiniões
divergentes das nossas, porque isto exige diálogo e predisposição ao acordo; e
isso toma tempo. Se tivermos a pretensão de influenciar os demais, então temos
a obrigação moral de admitir a possibilidade de sermos influenciados pelos
outros.
Quando ocorrem crises, tanto políticas quanto econômicas,
surgem posicionamentos mais extremos (Fundamentalista) para problemas
complexos.
O crescimento das redes sociais contribuiu para que
comportamentos intolerantes se tornem mais evidentes. As Bolhas virtuais
mostram somente conteúdo disponível ou publicado pelo mesmo grupo selecionado
pelo algoritmo da rede. Um isolamento virtual que contribui para a aceitação do
individualismo e imediatismo. Apesar disso, as mensagens podem ser
compartilhadas por milhares de pessoas em segundos.
Para uma sociedade saudável e justa, é preciso ter empatia, é
saber respeitar o diferente; visto que os extremos prejudicam a população de
modo geral.
Uma cultura de paz e que valorizem a tolerância diante das
diferenças é base para que a cultura do ódio que é preciso impedir, afinal,
segundo pesquisadores: “É possível que o ódio seja o mais potente sentimento de
hostilidade que os humanos são capazes de produzir. Pensado por este caminho,
não deve haver sentimento paralelo nas demais espécies animais conhecidas.”(Rolim, 13/06/2016).
Somente o homem é capaz de odiar.
É um fator, sem dúvida alguma, cultural; porque a intolerância
e o ódio precisam ser ensinados. As crianças, embora possam ser perversas, não
são intolerantes.
"A ideologia" recusa entender que os humanos não se definem
sempre pela particularidade (pela “nacionalidade”, pela “classe” ou “alinhamento
político-ideológico”), mas por um conjunto de fatores que tornam “rasa”
qualquer definição ou classificação neste sentido.
A sensação de impunidade encoraja grupos intolerantes, pois muitas
das denúncias feitas ao Ministério dos Direitos Humanos acabam não sendo
apuradas; e a sociedade civil deveria se articular para provocar os órgãos de
Estado, o Ministério Público e os tribunais, para que medidas sejam tomadas
para garantir os direitos de todos!
Quem já sofreu ataques por conta de intolerância sabe o
sentimento de impotência, e na maioria das vezes, desiste de fazer registros;
que costumam demorar de cinco ou seis horas na delegacia (No Brasil).
Mas, existe a possibilidade de denúncia:
Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI)
SaferNet - Denúncia
Geralmente, a pessoa se sente desvalorizada e envergonhada, quando o correto
seria exatamente o oposto.Quantas mais pessoas procurarem seus direitos, mais contribui para que este tipo de crime seja combatido.
Tenha empatia e denuncie atitudes intolerantes!
Rolim, Marcos - Sobre a intolerância e o ódio
Em https://www.extraclasse.org.br/opiniao/colunistas/2016/06/sobre-a-intolerancia-e-o-odio/
acessado em 23/04/2019
https://www.ic3.gov (Em
inglês)