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domingo, 16 de junho de 2013

Ultraman

ULTRAMAN

No meu tempo de moleque
Os monstros queriam dominar a terra,
Invadir mentes e corpos,
Mas o Ultraman
Dava cabo de todos eles.
Hoje,
Os monstros,
Dominam o universo.
Matam de fome
De sede
E escravizam os mais fracos.
Os heróis,
São todos bunda-moles.

 

*do livro "Colecionador de pedras" Global Editora


Sérgio Vaz – é poeta da periferia, autor Subindo a ladeira mora a noite (1988), A margem do vento (1991), Pensamentos vadios (1994), A poesia dos deuses inferiores (2005), Colecionador de Pedras (2007), Cooperifa - Antropofagia Periférica (2008) e Literatura, pão e poesia (2011). Este último e o livro de 2007 saíram pela Global Editora. É também conselheiro da Revista Raça Brasil.

A insônia desse homem entroncado, de personalidade marrenta e traços que parecem esculpidos por Mestre Vitalino – o célebre ceramista de Caruaru – tem despertado um Brasil que dorme mesmo quando acordado. Em 2000, criou a Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa), que é um "movimento de resistência cultural". Um evento que transformou um bar na periferia de São Paulo em centro cultural, e que, às quartas-feiras, reúne cerca de 500 pessoas para recitar textos e poemas. Este sarau está sendo reconhecido no Brasil e no mundo por seu caráter revolucionário.


Vaz é autor do Projeto Poesia Contra a Violência, que percorre as escolas da periferia incentivando a leitura e criação poética como instrumento de arte e cidadania.

Entre os dias 22 e 31 de maio, participou da Semana da Literatura Marginal em Berlim, juntamente com poetas angolanos, cubanos e alemães. Antes disso, no dia 16, esteve em Belo Horizonte, convidado do 56ª edição do Ofício da Palavra, realizado no Museu de Artes e Ofícios. 

Sérgio acredita de verdade nas suas utopias. É talvez por isso que tantas pessoas se identificam com suas poesias e com o seu jeito de ver a vida. Acredita, isso é o que deveríamos fazer com mais freqüência em nossas vidas. É por pessoas como ele que ainda tenho esperança.


Suas poesias muitas vezes são duras, lembram, quase sempre, a realidade da periferia das grandes metrópoles. E como o Rap, é o grito dos excluídos a favor do inconformismo e contra a indiferença.

"...amar  o  que  faz  e  não  participar  de  um  movimento  ideológico  por  frustração.  Eu  não  odeio  meu  inimigo,  eu  amo  a  minha  causa.  Sou  uma  pessoa  que  não  briga,  eu  luto.  Briga  tem  hora  para  acabar,  luta  é  para  uma  vida  inteira." - Disse o poeta é Revista Raça Brasil

Por tudo que tem feito em prol da cultura, venceu na categoria Inclusão Cultural, tanto pela escolha do júri quanto pela votação popular, o Prêmio Governador de São Paulo de 2011, concedido pela Secretaria de Cultura da capital paulista. Ele também foi o mais votado pelo público na modalidade Destaque Cultural, pelo conjunto da obra. Recebeu, ainda, o prêmio Heróis Invisíveis, do jornalista Gilberto Dimenstein e foi condecorado pela principal, apesar de já extinta, premiação do hip hop brasileiro, o Prêmio Hutúz. 

Se você acha que está difícil, toque uma idéia com este palmeirense que prefere os livros aos campos de futebol.


fontes http://musicapoesiabrasileira.blogspot.com.br/
http://jornadasliterarias.upf.br/15jornada/index.php
http://racabrasil.uol.com.br/index.asp
http://www.mao.org.br/port/default.asp
http://www.rapnacional.com.br/portal/

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