Tábata Amaral de Pontes, filha de um cobrador de ônibus e de uma
vendedora de flores, passou para Harvard e outras cinco universidades
americanas.
Ela estudou em escola pública durante todo o ensino
fundamental. Com apenas 17 anos já é uma medalhista
olímpica. Participante das olimpíadas de Física, Matemática, Química,
Robótica, Informática, Astronomia e Linguística, a estudante já
conquistou 31 medalhas nos últimos seis anos. A primeira medalha foi uma de prata que veio aos 12 anos, em 2005,
quando ela fez sua estreia nos torneios estudantis com a Olimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). No ano seguinte,
ganhou o ouro e bolsa de estudos da escola Etapa. Somente nas Olimpíadas
Brasileiras de Física, organizadas pela SBF, Tábata já foi premiada com
três medalhas. Outras três foram conquistadas nas Olimpíadas Paulistas
de Física.
"Quando soube [da aprovação em Harvard] comecei a chorar muito,
perguntava se podia mudar o resultado. Eram duas da manhã, liguei para
minha mãe, meu pai ficou super emocionado. Chorei duas horas seguidas",
diz Tábata.
A garota agradece ao fato de ter tido acesso ao resultado de Harvard
antes do previsto. Três dias depois que soube da aprovação, o pai
morreu. Se soubesse somente na última quinta-feira, não teria como ter
contato a ele. "Foi muita sorte. Ele acreditou em mim e eu cumpri minha
promessa. Ele ficou muito feliz, nem conseguiu mais dormir naquela
noite. Que bom que deu tempo de falar, de qualquer forma ele saberia do
céu, mas foi bom contar", afirma.
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Tábata Amaral deu entrevista ao 'JN' em 2007 (no alto, à esq.), colecionou medalhas de olimpíadas estudantis e foi aprovada no último vestibular da Fuvest para o curso de física da USP (Foto: TV Globo/Reprodução/Divulgação) |
A jovem foi aluna do Colégio Etapa, em São Paulo, como bolsista. Como
seus pais não tinham como arcar com suas despesas de transporte e
alimentação, o Etapa passou a custear um quarto em um hotel próximo à
escola, além de pagar as refeições da estudante.
Atualmente, tornou-se funcionária do
colégio: é professora de química e astronomia dos alunos que participam
de olimpíadas.
Para estudar nos Estados Unidos também terá bolsa de estudos e ajuda de
custo.
Tábata estuda física na Universidade de São Paulo (USP). Ela foi convidada por algumas universidades para uma visita. "É bem provável que escolha Harvard, mas quero
pensar direitinho. Quero conhecer as universidades que me convidaram,
visitar laboratórios, pensar na minha vida e digerir o que aconteceu. Na
volta tomarei uma decisão bem tomada."
A jovem quer mesclar os estudos entre
astrofísica e ciências sociais. Quer
trabalhar com educação, ajudar pessoas e retribuir as oportunidades que
teve na vida.
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dia 4 de março (Foto: TV Globo/Reprodução) |
A vontade de aprender vem junto com a de ensinar. Há três anos, Tábata criou o Vontade Olímpica de Aprender (VOA), um projeto que visa incentivar estudantes de escolas públicas nas olimpíadas. As aulas ocorrem sempre aos domingos de manhã em uma escola pública na Vila Mariana. Atualmente são cerca de 180 alunos.
"O VOA é meu xodó e o projeto vai continuar sem mim. Quero convencer ex-alunos a se tornarem professores. E vou ajudar pela internet, não quero me desligar", diz.
Leia trecho da entrevista de Tábata para a Sociedade Brasileira de fisica
SBF – Quando começou seu interesse pela ciência?
Tábata –
Na quinta série do ensino fundamental...
SBF – No que as olimpíadas mais te ajudaram durante a escola?
Tábata –
Enquanto treinava para as olimpíadas, estava ao mesmo tempo, estudando
de uma maneira aprofundada para o colégio...
SBF
– Que mensagem você deixaria aos estudantes e professores do ensino
médio para que eles também participem dessas olimpíadas?
Tábata –
Com certeza aprender é muito bacana. Fazer parte do "mundo olímpico" é
uma experiência linda e a forma mais divertida de conhecer pessoas
incríveis e ainda por cima aprender um bocado, tanto cientificamente
como pessoalmente. (Leia na íntegra)
è nóis mano...
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