A
estupidez em si mesma é muito mais perigosa do que geralmente pensamos.
O economista e historiador italiano Carlo Cipolla tentou responder a questão sobre a natureza da estupidez. Ele elaborou
as leis fundamentais da estupidez humana, que são válidas em
qualquer sociedade.
Essas são as leis encontradas por Cipolla:
Primeira lei da estupidez:
Sempre e inevitavelmente qualquer
um subestimará o número de idiotas ao seu redor.
Segundo o pesquisador: Independentemente
da opinião que tenhamos sobre as pessoas, todos nós sempre nos depararemos com
essas duas situações:
a) pessoas que julgamos em algum
momento serem racionais e inteligentes na verdade são vergonhosamente idiotas;
b) dia após dia, somos
incomodados em nossas atividades por indivíduos que aparecem inesperadamente
nos lugares mais inconvenientes e momentos mais improváveis.
Isso parece coisa de gente mimada que fica de Mi mi
mi nas redes sociais, mas a verdade é que isso sempre acontece e de forma cada
vez mais frequente. A decepção é uma constante no que tange à admiração e
sabedoria que atribuímos a alguém.
Segunda lei da estupidez:
A probabilidade de uma pessoa ser
estúpida não depende de qualquer outro atributo dessa pessoa.
“Essa é uma característica
imposta pela natureza e não por fatores culturais. A estupidez é algo que
você tem ou não, tal como o tipo sanguíneo, a cor da pele ou do cabelo.” –
Cipolla
Por mais que tentemos associar a estupidez a
fatores como: cultura, meio social, idade, etc; isso não é sustentado pela
observação mais atenta dos reconhecidos estúpidos.
Condição social e
conhecimento acadêmico e/ou filosófico não bastam para alterar a probabilidade
de encontrar mais ou menos estúpidos.
Em um grupo de trabalhadores analisados; o número
de estúpidos foi muito maior do que o esperado (primeira lei), e depois de classificá-los
por: cor de pele, classe social e nível de escolaridade; a proporção de
estúpidos não se altera. Isso vale para analfabetos ou doutores, ricos ou pobres,
homens ou mulheres, de lá e de acolá... tanto faz, estupidez é, acima de tudo,
uma condição humana.
Terceira lei da estupidez:
Um estúpido é uma pessoa cujas
ações têm consequências negativas sobre a vida de outros, sem que disso
decorra qualquer benefício para si mesmo, podendo inclusive se
prejudicar.
Cipolla propõe que todas as pessoas do mundo inevitavelmente
se dividem em quatro grupos:
· * Os ingênuos:
são aquelas pessoas que se prejudicam mas acabam ajudando alguém;
·
* Os inteligentes:
são pessoas que beneficia a si mesmo e a mais alguém;
·
* Os canalhas:
são pessoas que beneficiam a si mesmo em prejuízo de alguém;
·
* Os estúpidos:
prejudicam a si e a todos os que estiverem em seu raio de ação.
Com isso, vale lembrar, que o poder destrutivo de
um estúpido é muito maior que qualquer outro tipo de pessoa. Ele é uma bomba
nuclear, destrói tudo e ainda deixa seqüelas que virão a prejudicar a outros.
Estas pessoas, quando colocadas em posição de poder, são extremamente perigosas.
O que torna estas pessoas
tão destrutivas é o fato de que suas ações são completamente imprevisíveis,
pois não dependem de nenhum outro componente para que ataque, sem motivo, sem
plano definido, no momento menos esperado e nos locais mais impróprios.
Qualquer pessoa que tenha
o mínimo de bom senso fica atordoada, pois não consegue encontrar uma lógica nestes
casos.
Quarta lei da estupidez:
Aqueles que não são estúpidos
sempre subestimam o potencial destrutivo daqueles que são.
Aqueles que não são
estúpidos sempre se esquecem do poder destrutivo dos estúpidos, porque
acreditam que o prejuízo de ações anteriores “os ensinaram” e, inevitavelmente,
estas ações não irão se repetir. Aí está o maior e mais corriqueiro erro das
pessoas não-estúpidas.
Existe ainda o
pressuposto comum de que o estúpido se encrenca sozinho, é autodestrutivo...
isso é verdade, mas nunca é só isso!
Como vimos na terceira
lei as conseqüências nunca são controladas e as perdas são incalculáveis.
Quinta lei da estupidez:
O idiota é o tipo de ser
humano mais perigoso que existe.
Parece óbvio, mas é
importante reafirmar.
Quando o estúpido entra
em ação todos perdem (Ops, Dilma é você?); ninguém sai ileso, e o resultado é a
perda de recursos.
Perde-se dinheiro, tempo
e saúde, a sociedade empobrece e o sofrimento é compartilhado.
Se o Mal existe;
ele pode ser chamado de estupidez.
Incrivelmente, a
sociedade consegue manter os estúpidos sob controle dos inteligentes.
Existe um
equilíbrio entre a porção inteligente e a porção estúpida, ou nossa civilização
já teria acabado. Mas, não se engane, o que os inteligentes demoram muito para
consolidar os estúpidos destroem em minutos.
Sendo assim, a humanidade
convive constantemente com a queda de braços entre os opostos estúpidos e
não-estúpidos, a torcida embriagada de ingênuos e a vileza dos canalhas.
Em uma análise mais
profunda, é evidente que os ingênuos e canalhas trabalham, de alguma forma, em
prol dos inteligentes para que tudo não se esvaia na loucura dominante dos
estúpidos!
Todo cuidado é pouco.