O mundo é dos espertos... será?!?!?
Essa expressão, por muito tempo, esteve associada à ideia de que ser esperto significava tirar vantagem de situações, muitas vezes à custa do respeito ao próximo. Ser ágil, estar atento e aproveitar oportunidades são qualidades importantes, mas é preciso diferenciar isso de agir com esperteza a qualquer custo. A honestidade deve ser o princípio norteador de nossas ações.
Na vida, é essencial aplicar boas práticas em todas as relações, inclusive nas profissionais.
Para combater essa cultura de desonestidade, é necessário promover a educação para a ética e a integridade desde cedo. Disciplinas que abordem temas como honestidade e respeito ao próximo são fundamentais para formar cidadãos conscientes e responsáveis; cooperando para a aplicação das leis e obtenção da justiça.
Como disse Allan Kardec em seu Livro dos Espíritos, os maus exercem influência sobre os bons devido à fraqueza destes últimos. No entanto, os bons podem se desvincular dessas influências e se tornarem verdadeiramente despertos. São pessoas que agem sempre visando o bem comum, alimentando-se de valores como ética, caráter e compaixão.
As condutas de corrupção e desonestidade estão presentes em todos os níveis da sociedade, do mais baixo ao mais alto escalão, onde os interesses individuais muitas vezes se sobrepõem ao bem comum. Por isso, é fundamental exigir boas práticas de si mesmo e dos parceiros, sejam eles fornecedores ou clientes, para garantir uma parceria de sucesso e duradoura.
Atualmente, vemos diversos casos de pessoas que se aproveitam da ingenuidade alheia, principalmente nas redes sociais, enganando empresários e aplicando golpes. Essas atitudes não apenas prejudicam indivíduos, mas corroem os valores fundamentais da sociedade.
É interessante observar como, muitas vezes, as pessoas tendem a enaltecer a esperteza e a ridicularizar aqueles que são enganados. Isso cria um ambiente onde a desonestidade é tolerada e até mesmo incentivada. No entanto, é importante compreender que a culpa não é daquele que é lesado, mas sim daquele que pratica a desonestidade.
Em um mundo onde a honestidade muitas vezes parece ser uma qualidade em falta, é fundamental que cada um de nós faça a sua parte para promover uma sociedade mais justa e igualitária. O mundo não é dos espertos, é dos ditos bobos, que verdadeiramente conduzirão a sociedade para um futuro melhor. Portanto, ao invés de enaltecer a esperteza, devemos valorizar a honestidade e o compromisso com o bem comum.
"O mundo é dos espertos, mas a felicidade é dos bobos." - Augusto Cury
Os "bobos", ou seja, aqueles que são mais ingênuos e talvez menos ambiciosos em termos materiais, são frequentemente retratados como pessoas mais felizes, pois vivem de acordo com seus valores, desfrutando das pequenas coisas da vida e mantendo relacionamentos genuínos.
Clarice Lispector nos convida a repensar nossas noções de sucesso e felicidade, sugerindo que a verdadeira sabedoria pode residir na capacidade de encontrar alegria nas coisas simples e que ser "bobo" pode ser uma escolha consciente e até mesmo uma forma de resistência ao mundo superficial e competitivo ao nosso redor. Neste contexto, ser bobo não é uma fraqueza, mas sim como uma virtude que permite uma conexão mais profunda com a vida e consigo mesmo. Abraçar a simplicidade e a autenticidade pode gerar uma sensação de paz interior e contentamento que os "espertos" muitas vezes buscam em vão.
É necessária uma mudança de paradigma, pois como disse Shakespeare, "O verdadeiro poder está na virtude, e não na astúcia". Assim, a verdadeira esperteza reside em agir com ética, transparência e em conformidade com as leis e regulamentos, visando o progresso coletivo.